A decisão entre alugar ou financiar um carro para dirigir por aplicativo sempre depende do fluxo de caixa e do risco que você topa assumir. Em 2025, entrou um fator novo que muda o jogo: o Programa Carro Sustentável, que zerou o IPI de compactos altamente eficientes fabricados no Brasil, e redesenhou as alíquotas para o restante da frota. Na prática, isso reduziu o preço de diversos modelos e acelerou as vendas de 1.0, o que afeta tanto o valor das parcelas de financiamento quanto a precificação das locadoras.
O que muda com o Programa Carro Sustentável
O governo criou um IPI Verde dentro do guarda-chuva do Mover. Carros com alta eficiência energética e requisitos de reciclabilidade e segurança, produzidos no país, podem ter IPI zero. O decreto que regulamenta a medida prevê validade até dezembro de 2026 e projeta redução do imposto para cerca de 60% dos veículos comercializados, numa lógica de bônus para quem polui menos e malus para quem polui mais. Em paralelo, a própria comunicação oficial do MDIC reportou salto nas vendas de modelos 1.0 após o lançamento do programa, com queda de preços chegando a milhares de reais nos chamados carros de entrada.
Por que isso importa para quem dirige por app
Motoristas costumam preferir compactos econômicos, justamente o alvo do incentivo. Preço de entrada mais baixo derruba a parcela no financiamento e melhora o custo total de propriedade. Do lado das locadoras, a renovação de frota com benefício fiscal tende a segurar a diária ou a mensalidade em patamares mais competitivos, especialmente quando a demanda está firme. Em mercados grandes, isso pode virar margem no seu bolso ou mais previsibilidade de custo operacional.
Alugar continua sendo a forma mais rápida de começar
No aluguel, você troca entrada e burocracia por previsibilidade. Seguro, manutenção e carro reserva ficam precificados no pacote. Para quem está testando a praça, precisa começar já e não quer imobilizar capital, a assinatura semanal ou mensal ainda faz muito sentido. O setor de locação segue robusto e com escala para negociar frota, o que ajuda a manter valores competitivos mesmo num cenário de custos pressionados. Em 2024, o segmento faturou R$ 52,9 bilhões, sinal de mercado líquido e oferta ampla nas capitais.
Quando financiar começa a ganhar força
O incentivo fiscal mexe diretamente na parcela. Considerando um financiamento de 48 meses, a diferença entre um carro de R$ 70 mil e outro de R$ 58 mil pode significar uma economia mensal na casa de quatrocentos reais, dependendo da taxa. Em um horizonte de quatro anos, isso vira milhares de reais a menos no fluxo de caixa. Em 2025, as taxas médias de crédito para aquisição de veículos giram em patamar elevado, com leituras próximas de dois pontos percentuais ao mês em várias praças, o que torna cada real descontado no preço muito relevante para a prestação.
Combustível e consumo continuam mandando no lucro
Mesmo com o incentivo, o combustível segue como grande vilão do caixa. Em setembro, a ANP registrou médias nacionais próximas de R$ 6,17 por litro para gasolina e R$ 4,19 para etanol. Em compactos populares, o consumo urbano típico aferido pelo Inmetro para o Onix 1.0 fica na casa de 13,3 a 13,8 km por litro na gasolina e cerca de 9,3 km por litro no etanol, o que ajuda a estimar a curva de gastos por semana. Em praças com etanol competitivo, o ponto de equilíbrio pode cair alguns pontos percentuais, sobretudo em jornadas longas.
Como transformar números em decisão prática
Se o seu objetivo é começar rápido e sem entrada, o aluguel ainda entrega previsibilidade e baixa fricção. Se você já roda muitas horas, pretende ficar anos na atividade e encontrou um modelo que se enquadra no Carro Sustentável, a queda da parcela tende a tornar o financiamento mais atrativo. O pulo do gato é comparar o seu faturamento semanal com o custo total por quilômetro, incluindo combustível, pedágios, estacionamento e depreciação, e testar o mesmo cenário com gasolina e etanol.
Observação direta: incentivos recentes como o Programa Carro Sustentável favorecem a compra de compactos eficientes ao reduzir imposto e parcela; no aluguel, a concorrência e a renovação de frota ajudam a manter planos competitivos. Para decidir, compare seu faturamento semanal com o custo por km incluindo combustível, pedágios, estacionamento, taxas e depreciação. Em semanas de baixa, a flexibilidade de trocar plano ou pausar o contrato pode preservar caixa.
O impacto para as locadoras e para quem aluga
As locadoras se beneficiam do IPI Verde ao renovar a frota com modelos mais eficientes, com reflexo direto no custo de aquisição e, por consequência, na oferta ao motorista. Em um setor que movimentou mais de cinquenta bilhões de reais no último ano, a escala facilita repassar parte do ganho de custo em forma de plano competitivo, especialmente em períodos de demanda forte. O efeito combinado de imposto menor, manutenção previsível e giro alto pode tornar a diária uma assinatura interessante para quem não quer ficar preso a um ativo por quatro anos.
Veredito honesto
O Programa Carro Sustentável inclinou a balança a favor de quem quer financiar um compacto eficiente para trabalhar por anos, porque a parcela caiu na margem certa para apertar contas que antes não fechavam. Ainda assim, alugar continua vencedor para começar sem entrada, testar praça, rodar em datas específicas e manter a operação leve. Coloque seus números no papel com as taxas atuais, estime seu custo de combustível com base no consumo real do seu modelo e escolha a alternativa que preserve caixa e sanidade na alta e na baixa.
Calculadora
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Fontes · Planalto · MDIC · ANP · Banco Central do Brasil · ABLA · Quatro Rodas · CNN Brasil

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